terça-feira, 27 de maio de 2014

a régua sobre a mesa
não me mede centi
                             metros
de qualquer angustia.

pudera ela medir 
qualquer coisa em mim
além de 
papel e lápis...

pudera
eu
traçar-me
em
qualquer
coisa
além de verso e tédio.


quarta-feira, 7 de maio de 2014

das páginas rasuradas

- 7 de maio de 2014

eu sempre ouço as mesmas músicas piegas e estranhas que mais ninguém, além de mim, gosta. e em muitos aspectos me sinto tão piegas quanto elas. do amor entendo tanto quanto um peixe deve entender sobre oxigênio e grama. me sinto esfarelando, pouco a pouco.cada nova palavra me entala um pouco. tenho escrito com certa frequência, mas cheguei a conclusão incômoda de que nada tenho a escrever. ando lendo uns caras tristemente racionais demais para a minha cabeça. mas não me sinto racional. tem aquele velho poema perdido dentro do meu caderno, uma carta pela metade e um endereço apagado... tenho procurado desculpas. e evitado respostas. não quero fazer meus trabalhos da faculdade hoje. não quero fumar. não quero café. nem sexo, ou qualquer outra coisa. esse meu não querer é sempre coisa tão presente em mim, que pouco adiantaria disfarçá-lo. o que eu escrevo é sempre tão meu, que não separo escrita e escritora. sou  pouco mais que a minha caligrafia. escrever é tão solitário quanto amar. de outro modo não poderia.