terça-feira, 25 de dezembro de 2012

25

eu to com uma puta vontade de sair pra ver o sol  nascer,
e não é porque hoje é natal,
e eu to pouco me importando se é natal ou outra porcaria qualquer...

só queria sair e parar na primeira calçada ou ponto de ônibus vazio,
e simplesmente olhar o sol nascendo, a toa e sozinho assim...

mas acontece, que embora ele nasça sozinho,
eu não quero vê-lo assim, sozinha também...

seria deprimente fazer isso...

faz tempo que essas coisas todas perderam o significado pra mim,

e escrever sobre elas já não tem me ajudado em nada.

faz tempo que escrever perdeu o significado também.

mas isso é piada velha pra mim...

o sol nascendo vai ser um espetáculo bonito hoje,
e não porque é natal,
mas porque hoje é hoje, saca?

acho que não, mas não importa se me entendem ou não...

pro inferno com tudo aquilo que vocês entendem,
suas musicas,
filmes,
poesias e poetas...

pro inferno com tudo isso, é clichê e vazio demais pra essa vida.

e pro inferno comigo também
minha musica,
filmes,
e poesias são clichês e vazios demais também, pra essa vida,

a essa hora deve ter meia duzia de calçadas vazias...

que seriam perfeitas pra qualquer um que queira sentar e ver o sol nascer e morrer...

por que não vamos?

sim, por que não vamos?!

há um mundo inteiro queimando lá fora,
em peitos inflamados de paixão,
dor e vida,

sobre tudo vida!

por que não vamos?

qualquer calçada serviria, eu sei que sim!

nossa vida inflamando ao nascer do sol...

nós,
apenas mais vivos,
sentados sozinhos em qualquer calçada...

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

se queres o abismo de si,
por que não saltas?

há uma escalada nem tão longa,
nem tão curta pelo teu caminho...

vida que te sobe pelo corpo,
entra pelos orifícios
arde e fere,
assopra e beija ferida por ferida.

raros somos todos...

dos pés a cabeça,
te subindo a paixão cega e louca,

te cegando e enlouquecendo.

raros somos todos.

raros somos todos,

ralos somos em todos...

raros somos, pois.

se queres o abismo...

por que não voas? 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

das páginas rasuradas

#3

é tudo vago e muito igual...

é 17 de dezembro de um ano muito idiota,

idiota,
como todos os anos sempre são.

a minha cara cheia de espinhas no espelho

não condiz direito com a minha idade,

e as véspera de envelhece-lo um pouco mais,

meus olhos doem
e meu peito sufoca não sei bem o que.

como poeta que sou,

sei bem de todas essas coisas, e não sei coisa nenhuma...

sei apenas que isso é um saco.


minha sanidade anda meio escassa mesmo esses dias...


tô aqui dando conselhos de como não se isolar,

trancada sozinha em casa..

eu realmente não faço muito sentindo...


e por hoje, chega de mim.


bôra tomar um café e esquecer...


não; não faço sentido mesmo.


que se dane...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

há muitas razões para se apontar o revolver,
e engatilhar,
atirar é apenas a mais objetiva.

há de perder boa parte do teu coração,
antes de encontrar qualquer razão que mereça os batimentos.

há de perder boa parte de você antes disso...

há de se perder, e apenas perder.

há de carregar o revolver,
de si,
apertar o gatilho.

e deixar que te escorra a
                                      v
                                         i  d
                                                a...

e escorra, e escorra...

sábado, 8 de dezembro de 2012

açúcar ou adoçante?

já não consigo escrever,
sem te ter no meio dos borrões dos meus versos.

arrumo a mesa e o café
sem saber se preferes açúcar ou adoçante...

se acaso chegasse, perguntaria...

meu amor, com açúcar ou adoçante?

mas não chega,
e só posso supor, que não saibas também.


é menos amargo te supor assim...

meu amor, sem açúcar ou adoçante.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

é foda é uma máxima que te dispensa de qualquer poesia. 

é foda...

domingo, 2 de dezembro de 2012

tomando um cafezinho ruim com a dona vida,
enquanto ela vai trancando os meus cigarros pouco a pouco,

eu penso aonde foi que eu me meti...