quarta-feira, 9 de julho de 2014

caos calmo

8 de julho

quando chove,
sinto falta de sol.

mas verdade não suporto o calor.


tenho sentido falta de mim,

nessas noites
em que tanto faz calar ou dizer qualquer coisa.

sinto excesso de mim,

a me transbordar 
pela boca...

se é que existe isso,

de ter muito ou pouco de si pra sentir.

acho que não tem.


escureci meus cabelos

e troquei os óculos.

por deus,

o que tenho pra dizer além disso?

não há cartas para se enviar ou receber,

se quer haveria o que escrever...

o cigarro me cala a boca,


e me aquece devagarinho;

e porcamente;
qualquer coisa no peito.

me calo devagarinho

e me enlouqueço no peito.

amanhã é quarta ou quinta? nove ou dez de julho... calendários me cansam.


conto nos dedos,

essa coisa nenhuma 
que estou a fazer de mim.

e é bobagem tanta reclamação...


eu espero que você não me interprete mal a ausência,

ou qualquer desproposito meu...

espero que não me interprete coisa nenhuma.


é bem verdade que faz tempo que não digo 

ou escrevo 
nada que se possa aproveitar.

é bem verdade que faz tempo,

qualquer coisa em mim. e só  faz tempo... 

bobagem...


só pega o cigarro na minha bolsa,

e me ascende mais cinco ou dez  minutos de tranquilidade,

que amanhã eu abro a janela e pulo.


deixa pra lá, é só bobagem.