terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

eu não me importo com o tempo...

é o mesmo frio e calor,
não me aquece,
nem me esfria
em coisa nenhuma em mim.

há tanta coisa que eu poderia dizer ou escrever...

me esqueci de todas elas.

o principio do fim de qualquer coisa em mim,
é gradual ou imediato,
tanto faz,
caminha pro mesmo final.



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

eu ando pela casa, feito uma louca,
abrindo e  fechando janelas,
como quem tenta fechar ou abrir qualquer coisa de si.

acho que me esqueci escancarada 

em uma dessas casas velhas onde morei,

morei em tantas, que é difícil dizer...


a paisagem da janela de agora,
são os carros que passam na rodovia...

o caminho é sempre uma incerteza,

é  certo apenas que vão...

sim, estou triste.


e isso não é novidade nenhuma pra mim...


não é nada que eu queira escrever.

tantas coisas são assim,
quietas e vazias de tudo...

e não é pecado algum estar triste.


não sei muito bem por onde anda minha cabeça em dias assim,
acordei imaginando que fosse sexta...

acordei imaginando que fosse outro lugar que não aqui,

outra vida que não esta, sem os carros e a  rodovia.


que bobagem, os carros cortando a rodovia, 

são as únicas coisas que ainda tolero por aqui...

sei que existe pra mim, em algum lugar,

uma casa com um jardim, um cachorro,  

e um amor,

ainda mais sútil e bonito que isso...

mas é certo que sempre pensarei nos carros que cortam a rodovia.

não sei da vida, mais do que essa janela afinal...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

caras como ele...


acontece que caras como ele,
correm
choram
e amam demasiadamente.

e nem sempre são amados de volta.

é uma questão a se pensar,
essa,
de todo homem ser uma ilha...

bobagem, questões a se pensar são outras,
essa, é só um aperto que teima no peito,
enquanto o tempo aposta uma corrida com a tua sanidade...

ah sim,
ele há de ganhar,
ele sempre há de ganhar.

ganhará de de mim e dele também...

ah dele...

caras como ele,
são sempre caras como ele...

há quem espero sentada no sofá,
com a minha xícara de café,
e o meu punhado de versos de amor, meio que decorados...

caras como ele...

não cara,
não há outro como você a quilômetros.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

incomensurável

o tempo vai passando,
constante 

tranquilo.

de que outro modo poderia ele passar?

tranquilo sim.

nós é que somos caóticos,
afobados mesmo, 
e um  tanto neuróticos...

de que outro modo poderíamos ser?

caóticos sim.

penso nas folhas do teu diário,
quantas ainda escreverá,
e em quantas delas eu poderia estar?

penso nas paginas do meu,
bobagem,
nunca tive um.

mas agora penso que deveria tê-lo tido.

guardo memorias,
vivas
e bem vivas, 
dentro das musicas que ouço,
nos livros que se empoeiram na mesa,
nas fotografias,
e nas marcas do que já  foram minhas espinhas... 

fora isso, que tenho eu pra guardar?...

não sei do tempo que me passa ou passou,
não sei de  relógios ou calendários... 

sei que há tempo passando em mim,
mais que isso não sei dele ou de mim.

três anos, ele disse...

é tempo, de certo que é tempo,
é mensurável afinal... 

mas nós não somos mensuráveis.

amor, não é uma grandeza que se possa medir.

somos infinitos nele,
em cada detalhe e instante.

infinitos sim,
infinitos... 
até que nos devore o tempo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

...

poderia ser melhor que esses versos,
sim poderia.

escrever não é tão difícil quanto parece,
qualquer idiota é capaz de juntar letras e formar frases...

mas isso não importa,

isso nunca importa,
principalmente 
quando é você o idiota a juntar palavras.

poderia ser melhor do que sou?

dentre tantas possibilidades do que eu poderia ser,
sou esta,
e nenhuma outra, apenas esta.

com todos os pequenos medos,
incoerências 
e ladainhas,
tão tipicas de mim.

de mim...

não fosse esse meu narcisismo poético,
falaria de coisas além disso.

não fosse esse narcisismo poético,
falaria pra quê?...

ao meu ver, não existe um pra quê além disso... simplesmente não existe.

a meu ver...

grande porcaria o que eu vejo também...

poderia, eu,
idiota 
remediada

confessa,
ser o quê além desses versos?!

poderia ser o quê?...

poderia, 
poderia ser...

não; já o sou.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

tudo o que eu sei, se dissipa por entre meus dedos...

percorro as teclas,

uma a uma,
sou intima dessa sensação de vazio e calmaria.

e isso nem chega a ser importante...


é só a mesma angustia de sempre, 

a conversar com os meus botões,

que de tão meus, já  me costuram a pele e o tédio. 

sou intima e estranha de mim mesma.

meus botões...


só queria algo que me fizesse perder meus botões.