domingo, 7 de dezembro de 2014

uns poucos minutos do último cigarro do maço,
o vapor do chuveiro,
o pátio da escola,
a rua,
a lua,
a ponte 
os carros
o mato,
e o tempo quente,

a casa que pegou fogo mês passado,
a gata que deu cria...

tudo é tempo
a diluir,
e ir.

enlouquecer talvez seja a única coisa que ainda me reste,
calma e elegantemente,
como se nada fosse...

mas não há nada de elegante nisso,
ou em mim, 
nem no tédio
ou nos cigarros...

não tenho mais nada a dizer,  
sobre as minhas  pequenas neuroses, que já não tenha dito antes.

não; ser estúpida é o que ainda me resta,
calma e elegantemente,
como se nada fosse.

o vento que entra pela janela,
o despertador,
os livros
cortinas brancas,
fumaça e café... tão igual. 

sou produto inalterável
e irresponsável
de mim mesma. 

poesia barata a escrever e amassar.

tem uma beleza sútil em todo tédio e solidão
tão sutil,
que me percorre cada osso e pêlo do corpo.

eu deveria um dia desses
sair para comprar cigarros, 
e não voltar mais.

descer a serra 
comprar daquela tua cerveja aguada
colocar os pés e o tempo na areia,

enlouquecer na praça,
alimentar os pombos,
e morrer de fome e amor em qualquer viela...

uhum;
simplesmente sair para comprar cigarros, morrer de amor e enlouquecer.

domingo, 16 de novembro de 2014

reticências

sinto angústia em mim
e de mim.

os cigarros tragados,
o despertador,
os dedos a me percorrer sozinhos o branco dos lençóis.

só têm me ficado os versos que não consigo terminar.

só têm me salvado os versos a terminar.

um sorriso bobo às três e pouco da tarde 
em um terminal qualquer...

a garoa fina 
e o ônibus descendo a serra,

calmaria
e
tempestade. 

os dedos,
mãos,
pés,

lábios
e narizes,

tudo é tempo a me percorrer,
do despertador ao peito,

do branco dos lençóis
ao cigarro

o beijo
e a lembrança do beijo... 

só têm me ficado os versos e as reticências. 

não; só tem me salvado, amor... tuas reticências.

sábado, 1 de novembro de 2014

do que não se explica

nessa minha gramatica ruim,
não me resta muito o que escrever,

e isso não é tão ruim assim.

faz tempo que não me preocupo
com calendários
ou
relógios. 

fins,
ou
começos,

pontos
ou
vírgulas.

tenho vontade de te tirar pra dançar,
em uma noite
qualquer de dezembro ou janeiro,

te percorrer o corpo
dos pés a cabeça...

quem sabe em uma noite dessas 
a gente não atravesse o peito,

como quem espera saltar 
de uma ponta 
a outra 
de um abismo.

não tem, meu bem,
remédio que te cure dessa vida,
que não, você,

não há remédio que me cure,
se não, a vida  a me bater no peito,
muito além de qualquer verso brega... 

e há de chover pela manhã,

e eu vou apenas tomar o meu café, sentada no sofá,
com um cigarro e as janelas bem abertas,

não espero mais nada além
da chuva,
um amor e esse café,

abre as janelas pra mim,
e vem deitar...

todo o resto, 
meu querido,
é ainda mais bobo do que nós dois.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

caos calmo

#sobre pequenas coisas

os alunos fora da sala,
papeis queimados,
corredor vazio
recreio
livros
provas de psicologia,
relógio e tédio...

ah, tudo bem.

eu deveria ter guardado o último pedaço do chocolate pra comer agora,
e o cigarro,
o café 
e o peito pra mais tarde.

talvez eu devesse encontrar um cara bacaninha pra transar
e perceber qualquer coisa de real, fora dessa tela.


tolice.

eu vou comprar uma casa,
em Recife ou Salvador,
isso é certo,
pra passar a vida a olhar pra janela de mim (e perto do mar).

dançar,
cantar
morar
e morrer sozinha.

é mais bonito do que parece.

e é triste também, mas só um pouco, e pouco importa.

eu fico feliz 
quando chove,
quando acaba a luz e quando... eu tô bem feliz. 

eu fico feliz quando o cachorro late,
o ônibus corre e as janelas estão bem abertas,

as casas coloridas,
os gatos na calçada,
os postes e suas luzes queimadas, 

também me deixam feliz.

eu  tô... vou comprar uma casa,
colorida,
em Recife ou Salvador,
e deixar todas as janelas sempre, bem abertas.  todo resto já não me importa.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

todo resto ainda é tédio

o ônibus que corta a serra de itapecerica,
me chacoalha dos pés
ao coração,

coração... 

poderia me apaixonar por dez caras diferentes, todos  os dias,
ter tantos casos quanto Beauvoir,
e acabar tão triste quanto ela,
constatando que Sartre no fundo não passava mesmo de um idiota...

mas nada disso me importa,

filosofia
romance,
serra
ou peito,

tudo é o mesmo tédio,
inquieto e certeiro que me engasga a fala,

o relógio tá correndo cada vez mais rápido.
eu não.

e é assim mesmo  que tem que ser.

eu não espero te encontrar sereno, em uma praia qualquer de santos ou RS,
eu não espero te encontrar
amor,

só espero ir.

catar silêncios e conchas do mar,

me esquecer na areia quente...

eu espero que o beijo seja longo
e a vida curta...

não há mais nada que eu possa querer além disso.

catar silêncios e conhas do mar,
e destruir um ou dois castelos
antes de me afogar.

sim, antes afogar.

porque todo resto ainda é tédio, meu bem. 

sábado, 13 de setembro de 2014

em 32 linhas

queimei minha mão de café.

e não há muito mais pra dizer ou sentir por hoje,
além desse ardor e 
do amargo 
do pouco que não derramei no chão...

tem ainda, talvez,
o cigarro 
que me queima a garganta

e o peito
que me traga
tempo
a cada verso,
volta depois volta
desse relógio quebrado que faço de mim.

penso que não poderia amar nada além desse tédio,
e dessa solidão que me queima 
a vida
quieta e constante, 
feito café quente de manhã.

penso que poderia amar muito mais que isso,
se me importasse em saber qualquer coisa sobre amor.

mas tudo é silencio,
até o que não é, é silencio.

casa vazia,
céu,
noite
e estrela,
música ecoando. tudo é silencio...

e a mão, continua ardendo quieta, do café que derrubei,

e já é uma da manhã...

nunca tenho nada para dizer além disso.  mas até aqui, tudo bem. 

amaria o teu café de manhã. 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

L.C.Q.

vê se te alimenta direito,
e dorme na hora certa,

tenta beber menos 
e não inventa de começar a fumar,
que isso só vai te fazer mal.

e se acaso ficar doente
vai ao medico e toma os remédios.

deixa a barba às vezes
que ela fica linda nessa tua cara de sono,

e sorri mais nas fotos
que você não é assim, tão sério.

e se acaso cair,
fica no chão
só o tempo de lembrar como é bom ficar de pé.

aprende que nada é permanente,
e que chorar é quase sempre muito vão.

e me desculpa as portas trancadas,
mas quando der
quem sabe eu até te faça um café...

por hora,
a casa é minha e eu aumento os muros o quanto eu quiser.

que é pra ninguém mais entrar,

e eu ter de onde saltar,
quando me der na telha de voar...

adota um cachorro 
plantas umas flores no jardim,

sai da internet
e não compre um relógio,

deixa o vento bater no seu rosto,
e aprende que é bom andar na garoa 
sem porquê 
ou  guarda-chuva,

abre as janelas da sala
e se der 
as do peito também,

se cuida,

que eu te amo,

mas amanhã vai fazer um sol quente pra caramba,
e eu quero passear. 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

caos calmo

8 de julho

quando chove,
sinto falta de sol.

mas verdade não suporto o calor.


tenho sentido falta de mim,

nessas noites
em que tanto faz calar ou dizer qualquer coisa.

sinto excesso de mim,

a me transbordar 
pela boca...

se é que existe isso,

de ter muito ou pouco de si pra sentir.

acho que não tem.


escureci meus cabelos

e troquei os óculos.

por deus,

o que tenho pra dizer além disso?

não há cartas para se enviar ou receber,

se quer haveria o que escrever...

o cigarro me cala a boca,


e me aquece devagarinho;

e porcamente;
qualquer coisa no peito.

me calo devagarinho

e me enlouqueço no peito.

amanhã é quarta ou quinta? nove ou dez de julho... calendários me cansam.


conto nos dedos,

essa coisa nenhuma 
que estou a fazer de mim.

e é bobagem tanta reclamação...


eu espero que você não me interprete mal a ausência,

ou qualquer desproposito meu...

espero que não me interprete coisa nenhuma.


é bem verdade que faz tempo que não digo 

ou escrevo 
nada que se possa aproveitar.

é bem verdade que faz tempo,

qualquer coisa em mim. e só  faz tempo... 

bobagem...


só pega o cigarro na minha bolsa,

e me ascende mais cinco ou dez  minutos de tranquilidade,

que amanhã eu abro a janela e pulo.


deixa pra lá, é só bobagem.

terça-feira, 27 de maio de 2014

a régua sobre a mesa
não me mede centi
                             metros
de qualquer angustia.

pudera ela medir 
qualquer coisa em mim
além de 
papel e lápis...

pudera
eu
traçar-me
em
qualquer
coisa
além de verso e tédio.


quarta-feira, 7 de maio de 2014

das páginas rasuradas

- 7 de maio de 2014

eu sempre ouço as mesmas músicas piegas e estranhas que mais ninguém, além de mim, gosta. e em muitos aspectos me sinto tão piegas quanto elas. do amor entendo tanto quanto um peixe deve entender sobre oxigênio e grama. me sinto esfarelando, pouco a pouco.cada nova palavra me entala um pouco. tenho escrito com certa frequência, mas cheguei a conclusão incômoda de que nada tenho a escrever. ando lendo uns caras tristemente racionais demais para a minha cabeça. mas não me sinto racional. tem aquele velho poema perdido dentro do meu caderno, uma carta pela metade e um endereço apagado... tenho procurado desculpas. e evitado respostas. não quero fazer meus trabalhos da faculdade hoje. não quero fumar. não quero café. nem sexo, ou qualquer outra coisa. esse meu não querer é sempre coisa tão presente em mim, que pouco adiantaria disfarçá-lo. o que eu escrevo é sempre tão meu, que não separo escrita e escritora. sou  pouco mais que a minha caligrafia. escrever é tão solitário quanto amar. de outro modo não poderia.

sábado, 26 de abril de 2014

caos calmo

26 de abril

eu poderia medir o tamanho da minha angústia,
pelo desfiado na meia calça
que me vai da coxa até os joelhos...

nada de alarmante,
apenas desagradável.

eu não me sinto exatamente satisfeita
nem insatisfeita com nada. e isso é um saco.

o café frio,
a cama por fazer,
os versos,

vento e tédio
que vem e fica. fico.

eu não gosto da minha cara nessas tarde de tempo frio...

eu não gosto da minha cara,
na maioria das tardes.

e tanto faz.

eu ando engolindo a seco essa vida,

e não tem vinho que aqueça,
nem cigarro que me acalme...

já fui menos fútil  e menos chata... em algum ponto eu me esvai.

entre uma reticência e outra,

o que me sobra 
é verso ralo de mais para pontuar.

aí...

é sábado, meu bem.

sem grandes novidades, até aqui. 

domingo, 20 de abril de 2014

Caos Calmo

- 19 de abril

eu sonhava viajar de trem,

o que mais que eu sonhei já não me importa.

o que eu sou,
já não me cabe por inteiro.

eu ando com tanto sono,
um tanto
tonta,

e com medo do relógio. 

do lado de fora da porta,
tem eu,

do lado dentro,
quem sabe...

eu sonhava com o telescópio
o copo de café na mesa,
a tua cadeira e a minha...

somos portas fechadas, meu bem.

a fumaça do cigarro é sempre um pouco mais do que eu poderia respirar...

a tinta da caneta por acabar,

e eu,
talvez, 
já tenha me acabado no último gole de café.

minhas dores de cabeça 
são piores agora,

mais frequentes...

ando um tanto eu,
por de mais eu.

tenho evitado escrever.

abre aquela janela,
que eu quero saltar.

dentro,
há apenas o abismo do que sou...

ando um tanto zonza,
chata e incompreensível,

tenho me evitado, também.

bobagem...

ascendo o cigarro e fecho os olhos,
sempre ascendo o cigarro e fecho os olhos.

eu sonhava viajar de trem...



segunda-feira, 14 de abril de 2014

do tempo

a estrada e os carros,
o ônibus,
passageiro
cobrador,
dinheiro e troco...

banalidade depois de banalidade,

me escorre
a noite,

a vida insossa,

hora desce 
hora me regurgita o tédio.

por deus,
eu realmente poderia enlouquecer...

talvez, até já tenha.

o toque do telefone,
aquela música tocando,
o cachorro latindo,

a sineta da escola,
a lente riscada dos óculos...

nada que me importe enxergar.

o vermelho desbotando do meu cabelo,
a camisa amassada,
meia calça desfiando de lado...

o relógio marca a hora errada dentro de mim...

nada mais que me importe escrever.

banalidade depois de banalidade,

eu realmente poderia...

outro gole de café, 
e ascendo o cigarro...

nada mais, até aqui.


sexta-feira, 28 de março de 2014

não que eu precise,  mas eu quero um café forte,
um telescópio
aquele livro de psicologia,
um amor
e um cigarro,
que os meus, a muito que se acabaram.

tenho um ego inflamado,
um coração confuso,
e um visão distorcida do mundo.

tem qualquer coisa que me fode com o miolos
a essa hora da noite,
sempre a essa hora da noite,

sempre com os miolos...

ando tocando a vida a base de café
noites mal dormidas,
e sem nenhum telescópio
céu
ou estrela pra olhar.

é foda...

e não que eu precise,
mas eu realmente queria um cigarro agora.

quarta-feira, 5 de março de 2014

cartas para ninguém

05 de março de 2014

vontade daqueles banhos longos...

deixar a água caindo sobre o meu corpo,
até que as pontas do meus dedos fiquem enrugadas...

o cigarro e a tela em branco do meu pc,
tem sindo os meus melhores amigos já a algum tempo.

nada é tão importante assim.

a chuva que cai já não me interessa mais.

o tempo vai passando igual,
gota
depois de
gota.

não que eu seja tão triste assim,
é só não me sinto alegre nem nada, saca?

eu tô aqui, a mais de meia hora, 
falando sozinha com as paredes azuis da minha sala,

eu nunca entendo nada,
definitivamente não entendo,

e na verdade não me importo,

tem sempre um blues,
daqueles bem tristes 
tocando baixinho na minha cabeça,

às vezes me incomoda,
outras,
me dá vontade de dançar só de meias, no meio da sala,

calar as paredes,
e o peito...

ascendo um cigarro,
e pondero o último verso,
hora
mês e ano.

dançar só de meias... coisa mais ridícula.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

a minha mão tá cheirando à acetona,
do esmalte que eu tirei...

não que isso valia um poema,
mas o quê valeria um a essa altura?

isso não é uma carta de amor,
embora eu até te ame,
não. isso não seria uma carta amor.

o que me valeria a escrever sobre qualquer coisa?

a angústia me ataca o peito,
e o tédio me sobe pela garganta...

me escorre pelos dedos cheirando à acetona.

melhor seria tomar um café,
e a vida de um só gole...

eu poderia me enterrar em mim mesma,

cavar
e
cavar...

cravar meu peito em verso
ou
nada.

serei PATETA
ou nada...

sim,
muito melhor do que ser poeta,
ou qualquer coisa do tipo...

mesquinho e egoísta assim.

faz tempo que eu não choro,
nem gargalho.

é um oco do tamanho de mim.

já fui menos fútil,
e mais coerente.

não que isso faça qualquer diferença, realmente.

tudo que há,
é o vão
que  me fica
entre um dia e outro dia.

poderia me jogar
abismo
a
dentro do peito.

nada disso me faria diferença.

as cinzas nos cinzeiros
a imagem no espelho,
os versos
ou prosa rala que me tornei...

tudo é abismo. 

me atiro
precipício a dentro
de mim.

faz tempo que eu não choro,
nem gargalho.

somos abismos lindos.

(mesmo com a vida cheirando a acetona). 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Das páginas rasuradas

- 14 de fevereiro
Podemos caminhar de mãos dadas no parque, planejar viagens de balão, ou dançar loucamente, e de meia, no meio da sala de estar. Nada disso nos redime dessa vida. O que haveria pra redimir afinal? Um dia depois do outro, pode ser muito tempo a esperar. E muito tempo não é nada. Tempo não é nada. Somos espaços a preencher, hora de azul, roxo, preto, amor e amarelo. Somos. O que somos? Pouco importa. Existe, meu amor, psicologias e filosofias de mais a tentar entender e explicar, o homem, o amor, eu e você, nada que te tire as interrogações do alto da sua cabeça, ou da minha. Nada nos explica...
Quantos passos eu posso dar até chegar perto dos seus? Quanto o seu coração pode bater? Os pés perto, o inverno e a saudade... Nada nos explica. Nos cabe, ou nos basta. Podemos caminhar de mãos dadas no parque, planejar viagens de balão, ou dançar loucamente, e de meia, no meio da sala de estar?
Nada que nos baste. Tudo o que nos escape. Podemos, tão somente, amor?

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

à transbordar

meu peito bate fora do
ritmo,
abro e fecho os olhos,
perdida.
me descompasso.

me sobra medo
e a falta de jeito
a me escorrer
da boca
até as pernas que tremem.

sorvo os dias,

me gira o tempo,
e abafa a fala.

estraçalho a lógica
os ponteiros
e o relógio.

esquece do tempo,
os livros
e qualquer razão.

descobre o peito
e adormece,

me acorda o verso.

te faço colo o coração.
e adormeço.

teu peito é oceano
a percorrer.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

somos abismos lindos.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

sabão em pó

as frases tem me ficado pela metade,
os maços de cigarros, não.

do céu da boca,
até
a
planta dos teus pés

a vida é um por vir
de coisa nenhuma.

o que há
além
dos meus olhos castanhos?...

ninguém dá a minima para coisas que eu escrevo,

e é melhor que seja assim.

ando impaciente,
e ausente de mais...

tenho mais poemas
que amigos
ou
amores

gente me entedia...

faço aquele gênero de escritora,
bem clichê,
com livros e gatos
só me faltam mesmo as garrafas vazias.

faço aquele gênero de pessoa
vazia até a borda...

minha vida têm cheirado a livros velhos,
chuva recém caída
e sabão em pó... ou outro absurdo qualquer.

eu mesma não devo passar,
de um outro absurdo qualquer...

só sei que eu gosto desse cheiro de sabão em pó,
e chuva recém caída. 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

santos

a estrada que liga 
são paulo 

santos,

a estrada que me liga a qualquer outra estrada...

o vento é o mesmo vento.

o sorriso,
os olhos

e o tempo...

o mesmo tempo,

em outras 
linhas

de outros 
versos...

tira
tijolo 
por
tijolo

me des
         constrói 
naquele muro 
nosso.

deita no meu colo,
uma vez mais,

o meu
e o teu 

silêncio,

me perdoa o medo,
te perdoo a pressa...

somos sós 
a sós.

inevitavelmente sós.

deita mais perto,
adormece 
o meu 
silencio
no teu peito,

somos sós a sós.

amavelmente 
sós.