as luzes
na rua a noite,
as músicas que escuto,
e a minha xícara de café,
o espelho,
as fotos
e os versos,
tudo isso me parte,
e grita no peito
tudo isso, talvez ainda seja eu.
eu não sei um terço de mim,
nem de ninguém.
minha poesia é pouco menos
que filosofia de bêbado,
confusa e barata,
tal qual...
eu poderia deixar a vida,
em uma bela manhã de agosto ou setembro,
poderia te deixar os versos,
com um imã na porta da geladeira,
lhe confessando amor ou angústia,
nada disso,
nem partida ou poesia,
teria qualquer peso,
no rumo dessa minha vida,
ou da tua,
ou de qualquer um.
tem aquela música,
da minha banda preferida de anos atras,
tem aquelas frases esquecidas no caderno do ensino médio,
que eu não consigo entender a letra,
tem a faculdade por começar,
e o emprego pra aguentar,
tem a vida inteira,
pra preencher com qualquer coisa,
que ainda me falta.
sempre falta, não é?
tem o tênis pra lavar,
a conta pra pagar,
o verso pra apagar,
tem qualquer coisa pra esquecer.
sempre tem, não é?
tem tanta coisa,
e no fundo nada,
nada mesmo,
importa.
tomei um banho rápido,
para tentar espantar essa febre,
que me acompanhou boa parte da tarde.
me sentei no sofá,
e fixei meus olhos na porta de entrada.
há um descompasso em mim,
que não é muito simples de ignorar.
me levantei e fui até o portão,
não há nada na rua, além dela mesmo.
tão pouco há em mim,
outra coisa,
se não
eu.
hoje fez um bela,
bela
noite.
e no fundo, de toda essa nossa poesia e filosofia baratas,
ela é tudo o que se quer escrever
e acariciar,
uma bela,
bela
noite sem lua...
para tentar espantar essa febre,
que me acompanhou boa parte da tarde.
me sentei no sofá,
e fixei meus olhos na porta de entrada.
há um descompasso em mim,
que não é muito simples de ignorar.
me levantei e fui até o portão,
não há nada na rua, além dela mesmo.
tão pouco há em mim,
outra coisa,
se não
eu.
hoje fez um bela,
bela
noite.
e no fundo, de toda essa nossa poesia e filosofia baratas,
ela é tudo o que se quer escrever
e acariciar,
uma bela,
bela
noite sem lua...