assim como mudam meus botões e as camisas,
meu cabelo
que cresce,
e minha angustia que hora nasce
e me amanche,
hora serena, cala e
anoitece,
anoitece,
muda o tempo,
congela
e queima no peito...
e as horas vão apenas passando,
uma a uma,
ternas e vazias, caóticas e
serenas,
serenas,
é sábado.
a televisão me enjoa profundamente, e pessoas me cansam ainda mais.
mas a vida se faz cada vez mais urgente,
e eu me sinto tão mais rala...
me escorre pelos dedos,
verso em verso,
minuto por minuto,
dez horas e cinco minutos, a menos ou a mais?
tanto faz...
não ei de conta-los.
mudam meus botões e camisas...
e o que mais importaria?
mudo.
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