quinta-feira, 21 de novembro de 2013

eu não pretendo nem atender,
nem deixar tocar o telefone.

eu não pretendo coisa alguma,
de coisa nenhuma.

me acomodo preguiçosamente na cama,
como um gato
a esperar que sua vida se acabe deitado ao sol.

é tarde e eu não tenho sono,
por deus
é sempre tarde,

e eu quase sempre não tenho sono.

quantos versos se podem escrever assim?

ao pé de mim,
o tapete,
e deitado no tapete o gato branco cinza,

ao pé de mim o gato,
e a vida em branco e cinza.

por deus quantos versos se podem escrever assim?

ao pé de mim,
eu e... ao pé de mim,
só eu.

por deus, quantos versos...

sábado, 2 de novembro de 2013

sinto o tempo,
no meu cabelo que cresce,
nas unhas,
no peito, nas mãos
e
por entre os meus dedos.
fecho e abro os olhos…
mais que isso, não me atrevo.

me atiro na cama do meu acaso,
me atira no rosto,
o verso,
e o tédio.

mês depois de mês,
e o gosto
doce-
amargo
da minha angústia ainda não passou.

e não há de passar.
talvez eu te mande um cartão postal,
quando ela se for.
sei lá…. o que mais eu poderia fazer.
talvez devesse aprender a andar de bicicleta…
fecho e abro os olhos.
me atreveria a muito mais que isso.