eu não pretendo nem atender,
nem deixar tocar o telefone.
eu não pretendo coisa alguma,
de coisa nenhuma.
me acomodo preguiçosamente na cama,
como um gato
a esperar que sua vida se acabe deitado ao sol.
é tarde e eu não tenho sono,
por deus
é sempre tarde,
e eu quase sempre não tenho sono.
quantos versos se podem escrever assim?
ao pé de mim,
o tapete,
e deitado no tapete o gato branco cinza,
ao pé de mim o gato,
e a vida em branco e cinza.
por deus quantos versos se podem escrever assim?
ao pé de mim,
eu e... ao pé de mim,
só eu.
por deus, quantos versos...
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