domingo, 11 de novembro de 2012

vinte e poucas linhas...

ainda que dormisse um milhão de horas,
me acordaria exausta de mim.

os ponteiros do relógio girando, 

a casa por limpar, 
os livros por arrumar,

ladainha e ladainhar por empilhar e catalogar, 


nada disso é urgente,

ou real o bastante.

o peito pulsando e pulsando,

sim,
é tão mais urgente e real.

pulsando e pulsando, e apenas pulsando.


que me exploda na cara,

tempo e poesia.

que me exploda...


no oco do meu peito,
no amarelo dos meus dentes,

e no que mais me esvazia e me amarela
o dia 
e a poesia...

que se exploda a poesia.


o café e o cigarro que me hão de matar,

são tão mais reais e  urgentes que estes versos ralos...

o café e o cigarro, são tão mais urgentes e reais, que eu mesma às vezes.

tão mais urgentes...


e que explodam também...

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