ainda que dormisse um milhão de horas,
me acordaria exausta de mim.
os ponteiros do relógio girando,
a casa por limpar,
os livros por arrumar,
ladainha e ladainhar por empilhar e catalogar,
nada disso é urgente,
ou real o bastante.
o peito pulsando e pulsando,
sim,
é tão mais urgente e real.
pulsando e pulsando, e apenas pulsando.
que me exploda na cara,
tempo e poesia.
que me exploda...
no oco do meu peito,
no amarelo dos meus dentes,
e no que mais me esvazia e me amarela
o dia
e a poesia...
que se exploda a poesia.
o café e o cigarro que me hão de matar,
são tão mais reais e urgentes que estes versos ralos...
o café e o cigarro, são tão mais urgentes e reais, que eu mesma às vezes.
tão mais urgentes...
e que explodam também...
Haha. Foda.
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