domingo, 4 de novembro de 2012

o cheiro do sabonete,
e meia dúzia de estrelas desenhado solidão e céu,

o que me reserva essa e qualquer noite?

me escondo e acho,
vida adentro, vida a fora.

somos resto de poeira cósmica,
chamas sobre chamas,

queimando em alma e peito,
vida
e carne.

mas pro inferno com tudo isso.

cato um sorriso,
de canto,
no meu canto.

cato estrela,
verso
e hora

que já hora, já é hora.

e hora de quê?
hora pra quê?

hora pra quem tem.
e ninguém.

senhores do próprio tempo,
escravos de ponteiros,
e relógios,

servem pra quê?
servem pra quem?

pro inferno com tudo isso também.


saudade das nossas conversas cumpridas 
sem fim nem hora.

cumpridas, cumpridas...

somos o resto,
de qualquer poeira,

a causa,
e a casualidade,

o inicio,
principiando em meio
é fim.

é sim,
é sim.


é
pó.

céu e estrela e nada.

e pro céu com tudo isso também.

pro céu, pro céu...

que só me interessa mesmo é o cheiro do sabonete,
qualquer noite cheia,
solidão,
me 
estrela.

e estrela.

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