terça-feira, 31 de dezembro de 2013

todavia

mudam as primaveras,
invernos
e os botões.

nada nos é estático,

previsível
ou
durável.

poderia ficar confortavelmente deprimida,

girando
ao redor do meu próprio eixo.

poderia. se isso não me parecesse tão patético,


e provavelmente é.


podeira uma porção de coisas,

mas todas elas
são, fracamente, tolas.

o quarto me abafa o grito

e o respirar,

me entra mais tempo

do que vento
janela
a
dentro,

e os anos

que me vão passando
são
irritantemente confortáveis de mais...

me contorço em qualquer cólica,
ou mau humor,
nada que realmente importe escrever,

e o que importaria então?

trasbordaria um rio,
daquilo que não fiz,

trasbordaria dois rios
daquilo
que poderíamos ser...

todavia,

nada.

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