quarta-feira, 10 de outubro de 2012

00:34

me lembro de mim relendo os teus versos,
e tudo que passou,
e se foi.

é igual.

eu não.

minhas virgulas, reticencias, pontos e acentos,
sempre tão errados.

me rabiscam em uma saudade imensa do que já não sou...

na calmaria do meu peito,
há uma bomba prestes a me explodir,

o que eu fiz de mim,
é tão ralo,
e tolo,

todas as minhas janelas esquecidas abertas...

me encascaram a cara,
e alma,
lavada,
torcida e retorcida como a um pano velho,

pra me limpar,
ou espalhar,
o que transborda e se escorre de mim,
pelo chão.

poderia adormecer
acordar
e sonhar um milhão de vidas,
e ainda assim
dormindo estaria.

as cinzas dos meus cigarros,
as folhas e os versos
amassados
pelo chão,
me queimam e cortam a garganta e o coração,

já não faz diferença,
esquecer ou guardar...

meus dias são todos iguais outra vez.

meus versos também.

na calmaria do meu peito,
há um verso,
feito bomba a me explodir.


e eu nem ligo mais pros estragos...

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