os dois últimos cigarros no maço,
me queimam, no que eu ainda hei de tragar de solidão...
rodopiamos todos,
tontos,
e meio ocos,
ao rés do mundo...
não há o que se possa fazer.
se não rodar e rodar,
cair,
levantar,
e rodar e rodar outra vez.
a vida é um quase nada
muito cheio
e muito oco
o que somos nós?...
muitos cheios,
e muitos ocos...
apaixonados e carentes, de nós mesmos.
os dois últimos cigarros no meu maço,
me esvaziam,
no que ainda hei de queimar e tragar
de mim...
a vida é um quase nada,
muito cheio
e muito oco,
queima e me apaga, a noite e o verso.
me traga os cigarros e o peito.
Acho que você pode gostar de T.S. Eliot.
ResponderExcluirA dualidade.
Muito bom seu poema.