- 450 reais emprestados.
- ah sim.
- pode?
- posso...
me diz o que eu não posso?
meu tempo e a minha paciência,
já desceram pelo ralo a muito tempo.
meu emprego é uma porcaria,
e o meu quarto tem me parecido absurdamente abafado...
essa vida também.
as folhas em brancos,
me parecem ainda mais brancas,
e esse não é um texto fácil de se escrever.
nunca é um texto fácil de se escrever,
mas é preciso.
há algo querendo explodir em mim.
não.
há algo que já explodiu em mim faz tempo...
meus versos,
são os estilhaços dessa explosão.
de um certo ponto de vista todo abismo é muito confortável
e quase irresistível.
mas não hoje...
to de saco cheio de reclamar,
eu não sou uma menininha mimada e carente assim.
sempre tive um puta orgulho dos meus tênis quase encardidos,
dos meus jeans rasgados,
e de ter passado todo o ensino médio,
escrevendo poesia
enquanto as meninas da minha sala reclamavam dos seus namorados chatos...
sempre tive um puta orgulho de nadar contra corrente.
mas tudo isso é bobagem também.
a corrente em qual se nada é irrelevante,
e acredite ou não, te levará ao mesmo rio deles.
com pessoas a te pedir dinheiro, ao mesmo tempo que te ignoram,
empregos medíocres,
e amores menores do que qualquer amor deveria ser.
e eu definitivamente não quero essa vida,
das pessoas que me pedem dinheiro,
e amam pela metade.
tão pouco quero essa minha vidinha,
de quem pula de uma ladainha a outra.
se é para pular, que seja do precipício mais alto,
em uma queda linda e intensa,
e de cabeça
e em todo amor que houver nessa vida.
E é na arte do adorar mais ao dinheiro do que a real possibilidade de harmonia com o outro que interessa as mentes desinteressadas de hoje. Me lembra uma frase do filme NA NATUREZA SELVAGEM:"ao em vez de dinheiro, amor, fé, fama, equidade dê-me a verdade" Abraços
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