mudam as primaveras,
invernos
e os botões.
nada nos é estático,
previsível
ou
durável.
poderia ficar confortavelmente deprimida,
girando
ao redor do meu próprio eixo.
poderia. se isso não me parecesse tão patético,
e provavelmente é.
podeira uma porção de coisas,
mas todas elas
são, fracamente, tolas.
o quarto me abafa o grito
e o respirar,
me entra mais tempo
do que vento
janela
a
dentro,
e os anos
que me vão passando
são
irritantemente confortáveis de mais...
me contorço em qualquer cólica,
ou mau humor,
nada que realmente importe escrever,
e o que importaria então?
trasbordaria um rio,
daquilo que não fiz,
trasbordaria dois rios
daquilo
que poderíamos ser...
todavia,
nada.
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
domingo, 22 de dezembro de 2013
em 11 linhas
a folha em branco,
toda rima,
verso
e
prosa.
é o mesmo vazio.
espero que não me entenda mal,
mas também não espero que me entenda tão bem assim.
os domingos continuam um saco.
e eu, tão rabugenta quanto sempre...
ponto.
toda rima,
verso
e
prosa.
é o mesmo vazio.
espero que não me entenda mal,
mas também não espero que me entenda tão bem assim.
os domingos continuam um saco.
e eu, tão rabugenta quanto sempre...
ponto.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
dos meus vinte e três
é isso.
ascendo um cigarro,
trago
escrevo
e amasso.
eu continuo escrevendo mal,
e escrever mal,
continua sendo quase tudo o que espero.
não que me importe realmente...
as janelas abertas,
o cinzeiro
e as respectivas cinzas
dos cigarros,
o cheiro de casa limpa,
a vida que me acontece
fora de mim...
o que há pra esperar?
dizem que capricornianos são práticos e competentes.
engraçado,
eu não me sinto nem um pouco prática
ou competente
com
essa vida.
quase 23,
e o que eu tenho pra mostrar?
as boas notas,
e a estabilidade do meu cargo público...
honestamente isso me parece tão pobre de graça e espirito.
o meu cabelo
um pouco menos bagunçado
do que era
a alguns anos atrás,
a camisa alinhada,
os sapatos limpos,
o relógio,
os livros,
e os poemas...
e o que mais?
sou o resultado,
de quê afinal?
nada disso é prático ou competente o bastante a meu ver...
pouca coisa é.
e não que isso me importe também...
ascendo um cigarro,
trago
escrevo
e amasso qualquer coisa em mim.
sou isso.
ascendo um cigarro,
trago
escrevo
e amasso.
eu continuo escrevendo mal,
e escrever mal,
continua sendo quase tudo o que espero.
não que me importe realmente...
as janelas abertas,
o cinzeiro
e as respectivas cinzas
dos cigarros,
o cheiro de casa limpa,
a vida que me acontece
fora de mim...
o que há pra esperar?
dizem que capricornianos são práticos e competentes.
engraçado,
eu não me sinto nem um pouco prática
ou competente
com
essa vida.
quase 23,
e o que eu tenho pra mostrar?
as boas notas,
e a estabilidade do meu cargo público...
honestamente isso me parece tão pobre de graça e espirito.
o meu cabelo
um pouco menos bagunçado
do que era
a alguns anos atrás,
a camisa alinhada,
os sapatos limpos,
o relógio,
os livros,
e os poemas...
e o que mais?
sou o resultado,
de quê afinal?
nada disso é prático ou competente o bastante a meu ver...
pouca coisa é.
e não que isso me importe também...
ascendo um cigarro,
trago
escrevo
e amasso qualquer coisa em mim.
sou isso.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
deitei a algumas horas com as luzes acesas
e os olhos fechados.
é claro que me sinto abandonada, meu bem.
e isso nada tem haver com o amor
que qualquer outro ser humano
possa ter por mim.
isso nada tem haver com amor,
embora tenha, sim.
queria desfazer-me de mim,
escorrer-me
por entre os
cabelos,
olhos,
sexo,
boca,
verso e fala,
tudo enfim...
e os olhos fechados.
é claro que me sinto abandonada, meu bem.
e isso nada tem haver com o amor
que qualquer outro ser humano
possa ter por mim.
isso nada tem haver com amor,
embora tenha, sim.
queria desfazer-me de mim,
escorrer-me
por entre os
cabelos,
olhos,
sexo,
boca,
verso e fala,
tudo enfim...
sejamos inapropriados,
inapropriados
com
tempo,
com o que passa,
e
com
o que nos finca
os pés
na terra ou no ar.
talvez eu lhe envie um belo cartão postal,
e te explique a angustia dos meus ponteiros,
o mais provável é que eu apenas,
respire fundo
e solte o
ar
em mim
assim,
devagar,
a divagar sobre o meu próprio existir.
o que há pra existir,
dentro ou
fora de mim?
esses versos ralos
que já nem querem lhe dizer mais nada.
eu já tão mais densa,
que não quero dizer mais nada.
nada...
a chuva de verão que me molha o rosto e os cabelos,
o céu,
o sol,
o tempo
o medo
o vento
nós
eles,
e quem mais?
sejamos inapropriados
com
tempo
e a
vida
que nos cabe
dentro
e
fora
do verso
não cabe mais no peito.
sejamos inapropriados.
apenas sejamos,
qualquer coisa...
inapropriados
com
tempo,
com o que passa,
e
com
o que nos finca
os pés
na terra ou no ar.
talvez eu lhe envie um belo cartão postal,
e te explique a angustia dos meus ponteiros,
o mais provável é que eu apenas,
respire fundo
e solte o
ar
em mim
assim,
devagar,
a divagar sobre o meu próprio existir.
o que há pra existir,
dentro ou
fora de mim?
esses versos ralos
que já nem querem lhe dizer mais nada.
eu já tão mais densa,
que não quero dizer mais nada.
nada...
a chuva de verão que me molha o rosto e os cabelos,
o céu,
o sol,
o tempo
o medo
o vento
nós
eles,
e quem mais?
sejamos inapropriados
com
tempo
e a
vida
que nos cabe
dentro
e
fora
do verso
não cabe mais no peito.
sejamos inapropriados.
apenas sejamos,
qualquer coisa...
deitei a algumas horas com as luzes acesas
e os olhos fechados.
queria desfazer-me, e
fim.
fim.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
eu não pretendo nem atender,
nem deixar tocar o telefone.
eu não pretendo coisa alguma,
de coisa nenhuma.
me acomodo preguiçosamente na cama,
como um gato
a esperar que sua vida se acabe deitado ao sol.
é tarde e eu não tenho sono,
por deus
é sempre tarde,
e eu quase sempre não tenho sono.
quantos versos se podem escrever assim?
ao pé de mim,
o tapete,
e deitado no tapete o gato branco cinza,
ao pé de mim o gato,
e a vida em branco e cinza.
por deus quantos versos se podem escrever assim?
ao pé de mim,
eu e... ao pé de mim,
só eu.
por deus, quantos versos...
nem deixar tocar o telefone.
eu não pretendo coisa alguma,
de coisa nenhuma.
me acomodo preguiçosamente na cama,
como um gato
a esperar que sua vida se acabe deitado ao sol.
é tarde e eu não tenho sono,
por deus
é sempre tarde,
e eu quase sempre não tenho sono.
quantos versos se podem escrever assim?
ao pé de mim,
o tapete,
e deitado no tapete o gato branco cinza,
ao pé de mim o gato,
e a vida em branco e cinza.
por deus quantos versos se podem escrever assim?
ao pé de mim,
eu e... ao pé de mim,
só eu.
por deus, quantos versos...
sábado, 2 de novembro de 2013
sinto o tempo,
no meu cabelo que cresce,
nas unhas,
no peito, nas mãos
e
por entre os meus dedos.
no meu cabelo que cresce,
nas unhas,
no peito, nas mãos
e
por entre os meus dedos.
fecho e abro os olhos…
mais que isso, não me atrevo.
me atiro na cama do meu acaso,
me atira no rosto,
o verso,
e o tédio.
mês depois de mês,
e o gosto
doce-
amargo
da minha angústia ainda não passou.
e não há de passar.
me atiro na cama do meu acaso,
me atira no rosto,
o verso,
e o tédio.
mês depois de mês,
e o gosto
doce-
amargo
da minha angústia ainda não passou.
e não há de passar.
talvez eu te mande um cartão postal,
quando ela se for.
quando ela se for.
sei lá…. o que mais eu poderia fazer.
talvez devesse aprender a andar de bicicleta…
fecho e abro os olhos.
me atreveria a muito mais que isso.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
é quase meia noite,
o ar está quente,
e as paredes
ao redor
me parecem
um tanto mais
apertadas do que o de costume.
que seja...
os cigarros no cinzeiro me lembram,
qualquer coisa sobre tédio
e esse gostinho
de morte que me vai ficando na boca...
bobagem...
adoraria colocar aquela música,
e me arriscar em alguns passos de jazz...
adoraria me arriscar nos passo de qualquer coisa.
ah sim, como me arriscaria...
o ar está quente,
e as paredes
ao redor
me parecem
um tanto mais
apertadas do que o de costume.
que seja...
os cigarros no cinzeiro me lembram,
qualquer coisa sobre tédio
e esse gostinho
de morte que me vai ficando na boca...
bobagem...
e me arriscar em alguns passos de jazz...
adoraria me arriscar nos passo de qualquer coisa.
ah sim, como me arriscaria...
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
eu espero que vocês possam foder
em todas as posições
em todas as posições
imagináveis,
sem se olharem depois com aqueles olhos vazios,
de quem muito
arde
e nunca queima.
espero mesmo.
tenho eu, ardido demais
e queimado pouco,
e não há o que se possa fazer...
é algum tipo de autossabotagem,
que sempre funciona muito bem.
tem o trabalho e
a faculdade,
os livros,
e
o quarto,
invariavelmente, vazios, ou talvez muito cheios de mim.
tem o cigarro,
o café,
o tempo,
e o tédio,
tudo muito cheio,
ou muito oco...
os caras que eu amo,
ou fico
por tédio ou carência,
a dipirona,
a avenida,
e a janela...
é a porcaria linda,
que é minha vida, meu bem.
e não tem poesia,
beijo,
ou tempo, que preencham.
e não tem poesia,
beijo,
ou tempo, que preencham.
espero que vocês possam mesmo foder
em todas as posições
em todas as posições
imagináveis,
e eu espero,
por mais ridículo que seja,
encontrar alguém que queira trepar com o meu coração.
domingo, 28 de julho de 2013
sobre cigarros e domingos
a faculdade de psicologia,
a bolsa de estudos,
o trabalho,
os caras que puxam conversa no ônibus...
tudo correndo exatamente como deveria correr,
isso tudo é um saco...
me sento no sofá da sala,
com um blusão do Mickey e um cigarro,
entre a apatia e o descontentamento..,
sentindo o gosto de finitude e banalidade na boca,
o fim das ferias, fim de semana... ou qualquer outro fim... é sempre qualquer fim.
não sou tão diferente assim, desses caras que esperam se tornar santos,
por quererem morrer sozinhos com livros e gatos...
não; não sou mesmo.
não seremos santos deprimidos,
nem heróis eufóricos,
escrever não se trata disso.
se trata do que então?
pouco me importa.
é noite de domingo,
e fecho as janelas que abri pra me arejar a vida,
e espantar o cheiro de cigarro e mofo do quarto...
no momento isso é muito mais do que eu poderia querer.
é uma bela,
bela noite sem estrelas,
e a poesia que me cheira a cigarros.
talvez eu morra com mais gatos do que livros...
a bolsa de estudos,
o trabalho,
os caras que puxam conversa no ônibus...
tudo correndo exatamente como deveria correr,
isso tudo é um saco...
me sento no sofá da sala,
com um blusão do Mickey e um cigarro,
entre a apatia e o descontentamento..,
sentindo o gosto de finitude e banalidade na boca,
o fim das ferias, fim de semana... ou qualquer outro fim... é sempre qualquer fim.
não sou tão diferente assim, desses caras que esperam se tornar santos,
por quererem morrer sozinhos com livros e gatos...
não; não sou mesmo.
não seremos santos deprimidos,
nem heróis eufóricos,
escrever não se trata disso.
se trata do que então?
pouco me importa.
é noite de domingo,
e fecho as janelas que abri pra me arejar a vida,
e espantar o cheiro de cigarro e mofo do quarto...
no momento isso é muito mais do que eu poderia querer.
é uma bela,
bela noite sem estrelas,
e a poesia que me cheira a cigarros.
talvez eu morra com mais gatos do que livros...
domingo, 19 de maio de 2013
das páginas rasuradas
#5
não me sinto triste ou alegre aqui,não me sinto,
e simplesmente,
não me sinto coisa alguma.
é tarde da noite.
e tudo que deveria escrever,
não escrevo.
há tempos,
que esse tempo
não me atrai de modo algum.
e por que deveria?
a vida pela janela do ônibus,
sempre me pareceu tão mais bonita,
irretocável,
e real...
nada além do cheiro de asfalto quente e o balançar na estrada....
nada além de mim,
asfalto
janela
e estrada, a perder de vista e vida...
mas não.
é tarde da noite,
e simplesmente tarde da noite agora.
e o que mais poderia, eu, escrever sobre a vida?
retalhos
vai se esvaindo,
de pouco
em
pouco.
cada verso,
é uma palavra a mais
e um minuto a menos...
não há nada se possa escrever antes de viver,
não há nada,
nada, nada...
e há tão pouco,
de mim ,
pra se
dizer...
... tão pouco de tudo,
há de se costurar vazios no escuro,
apanhar silêncios em versos
e nada mais
que há de importar...
são as peças soltas,
de tudo
que já não se encaixa
mais em
mim
e o que haveria de encaixar?
e o que haverá?
haverei de ver,
haverá de enxergar.
não se pode prever,
o dançar dos ponteiros,
os enlaces
tão fora do meu tempo...
é um quebra-cabeça,
que te quebra
e me parte.
há de costurar-me o verso,
em branco,
pálidas folhas,
em pele minha.
vai se
e
s v ai
n do,
de pouco
em
pouco.
cada verso,
é uma palavra a mais,
um minuto
a....
poesia, em retalhos
de vida,
em mim.
sábado, 18 de maio de 2013
maio
minha
vida tem cheirado a fumaça de escapamento,
e livros usados de psicologia barata.
é ruim quando você se percebe um babaca
de vinte e poucos anos que nunca tem nada a dizer...
é ruim quando você se percebe um babaca de qualquer especie.
é simplesmente, uma da manhã,
e eu tô aqui,
olhando pra tela do meu computador, e mais nada.
e livros usados de psicologia barata.
é ruim quando você se percebe um babaca
de vinte e poucos anos que nunca tem nada a dizer...
é ruim quando você se percebe um babaca de qualquer especie.
é simplesmente, uma da manhã,
e eu tô aqui,
olhando pra tela do meu computador, e mais nada.
não
há verso ou prosa,
que me redima da página vazia que sou nesta vida.
poderia dormir uma tarde e duas noites,
que ainda assim,
este sono não me deixaria os olhos.
e sabe deus onde eu estou...
que me redima da página vazia que sou nesta vida.
poderia dormir uma tarde e duas noites,
que ainda assim,
este sono não me deixaria os olhos.
e sabe deus onde eu estou...
certo é,
que aqui dentro não estou.
você pode bater na porta do que sou,
esmurrar com toda sua força,
e até um pouco mais que só isso... não vai fazer diferença alguma. não vai encontrar nada.
a verdade é que eu nunca quis saber
o que há de mais áspero fora da minha janela,
talvez por isso não tenha nada pra se olhar do lado de cá...
aquela velha historia sobre pessoas de verdade,
com problemas, de verdade...
você pode bater na porta do que sou,
esmurrar com toda sua força,
e até um pouco mais que só isso... não vai fazer diferença alguma. não vai encontrar nada.
a verdade é que eu nunca quis saber
o que há de mais áspero fora da minha janela,
talvez por isso não tenha nada pra se olhar do lado de cá...
aquela velha historia sobre pessoas de verdade,
com problemas, de verdade...
como aquele cara em liberdade condicional reduzindo os dias da pena,
estudando na escola pública e fodida do bairro,
estudando na escola pública e fodida do bairro,
a garota de 29 anos, que apanha do marido e serve lanches na cozinha às 8h30...
e um punhado de outras coisas e pessoas fora da tua janela,
e que podem te afetar ou não.
no meu caso, viram sempre um poeminha ralo ou outro...
poderia ser mais que isso, mas não.
é ruim quando você se percebe um babaca
de vinte e poucos
que tem a vida cheirando a fumaça de escapamento e noites mal dormidas...
é ruim quando você se percebe um babaca
de qualquer especie a 1 da manhã de uma sexta.
sábado, 11 de maio de 2013
sexta-feira, 29 de março de 2013
pra qualquer noite
o toque do meu telefone,
as luzes
na rua a noite,
as músicas que escuto,
e a minha xícara de café,
o espelho,
as fotos
e os versos,
tudo isso me parte,
e grita no peito
tudo isso, talvez ainda seja eu.
eu não sei um terço de mim,
nem de ninguém.
minha poesia é pouco menos
que filosofia de bêbado,
confusa e barata,
tal qual...
eu poderia deixar a vida,
em uma bela manhã de agosto ou setembro,
poderia te deixar os versos,
com um imã na porta da geladeira,
lhe confessando amor ou angústia,
nada disso,
nem partida ou poesia,
teria qualquer peso,
no rumo dessa minha vida,
ou da tua,
ou de qualquer um.
tem aquela música,
da minha banda preferida de anos atras,
tem aquelas frases esquecidas no caderno do ensino médio,
que eu não consigo entender a letra,
tem a faculdade por começar,
e o emprego pra aguentar,
tem a vida inteira,
pra preencher com qualquer coisa,
que ainda me falta.
sempre falta, não é?
tem o tênis pra lavar,
a conta pra pagar,
o verso pra apagar,
tem qualquer coisa pra esquecer.
sempre tem, não é?
tem tanta coisa,
e no fundo nada,
nada mesmo,
importa.
tomei um banho rápido,
para tentar espantar essa febre,
que me acompanhou boa parte da tarde.
me sentei no sofá,
e fixei meus olhos na porta de entrada.
há um descompasso em mim,
que não é muito simples de ignorar.
me levantei e fui até o portão,
não há nada na rua, além dela mesmo.
tão pouco há em mim,
outra coisa,
se não
eu.
hoje fez um bela,
bela
noite.
e no fundo, de toda essa nossa poesia e filosofia baratas,
ela é tudo o que se quer escrever
e acariciar,
uma bela,
bela
noite sem lua...
para tentar espantar essa febre,
que me acompanhou boa parte da tarde.
me sentei no sofá,
e fixei meus olhos na porta de entrada.
há um descompasso em mim,
que não é muito simples de ignorar.
me levantei e fui até o portão,
não há nada na rua, além dela mesmo.
tão pouco há em mim,
outra coisa,
se não
eu.
hoje fez um bela,
bela
noite.
e no fundo, de toda essa nossa poesia e filosofia baratas,
ela é tudo o que se quer escrever
e acariciar,
uma bela,
bela
noite sem lua...
domingo, 3 de março de 2013
dipirona sódica
nossa vida não vale nem a tinta dessa caneta...
mas você não é daqueles caras que esperneiam e gritam.
talvez só um pouco...
todos somos,
aqueles caras que esperneiam e gritam.
tenho eu mesma, esperneado e gritado demais.
é geralmente o que acontece quando você vai ficando mais velho...
a vida não vai ficando mais bonitinha,
nem passa a fazer mais sentindo,
não, não.
não é assim que funciona.
no máximo você desenvolve uma enxaqueca ou outra...
passei as últimas noites a base de dipirona sódica,
e com meia duzia de caraminholas, flutuando na minha cabeça.
a vontade de me encolher em posição fetal e assim ficar,
é grande, admito.
e ainda mais grande, conforme a dor aumenta,
mas por sorte, esses meus acessos,
de menina mimada, não duram muito afinal...
mas é certo que eu ainda espernearia, por mais amor e menos dipirona...
é ruim ter de dizer,
mas não há verso,
prosa,
ou
poesia que nos salve, dessa nossa vida.
o que haveria pra salvar?
urf...
não fosse talvez você,
e o meu vidrinho de dipirona sódica,
eu realmente ficaria em posição fetal,
ah sim, não tenho vergonha de dizer que ficaria...
mas você não é daqueles caras que esperneiam e gritam.
talvez só um pouco...
todos somos,
aqueles caras que esperneiam e gritam.
tenho eu mesma, esperneado e gritado demais.
é geralmente o que acontece quando você vai ficando mais velho...
a vida não vai ficando mais bonitinha,
nem passa a fazer mais sentindo,
não, não.
não é assim que funciona.
no máximo você desenvolve uma enxaqueca ou outra...
passei as últimas noites a base de dipirona sódica,
e com meia duzia de caraminholas, flutuando na minha cabeça.
a vontade de me encolher em posição fetal e assim ficar,
é grande, admito.
e ainda mais grande, conforme a dor aumenta,
mas por sorte, esses meus acessos,
de menina mimada, não duram muito afinal...
mas é certo que eu ainda espernearia, por mais amor e menos dipirona...
é ruim ter de dizer,
mas não há verso,
prosa,
ou
poesia que nos salve, dessa nossa vida.
o que haveria pra salvar?
urf...
não fosse talvez você,
e o meu vidrinho de dipirona sódica,
eu realmente ficaria em posição fetal,
ah sim, não tenho vergonha de dizer que ficaria...
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
eu ando pela casa, feito uma louca,
abrindo e fechando janelas,
como quem tenta fechar ou abrir qualquer coisa de si.
acho que me esqueci escancarada
em uma dessas casas velhas onde morei,
morei em tantas, que é difícil dizer...
a paisagem da janela de agora,
são os carros que passam na rodovia...
o caminho é sempre uma incerteza,
é certo apenas que vão...
sim, estou triste.
e isso não é novidade nenhuma pra mim...
não é nada que eu queira escrever.
tantas coisas são assim,
quietas e vazias de tudo...
e não é pecado algum estar triste.
não sei muito bem por onde anda minha cabeça em dias assim,
acordei imaginando que fosse sexta...
acordei imaginando que fosse outro lugar que não aqui,
outra vida que não esta, sem os carros e a rodovia.
que bobagem, os carros cortando a rodovia,
são as únicas coisas que ainda tolero por aqui...
sei que existe pra mim, em algum lugar,
uma casa com um jardim, um cachorro,
e um amor,
ainda mais sútil e bonito que isso...
mas é certo que sempre pensarei nos carros que cortam a rodovia.
não sei da vida, mais do que essa janela afinal...
abrindo e fechando janelas,
como quem tenta fechar ou abrir qualquer coisa de si.
acho que me esqueci escancarada
em uma dessas casas velhas onde morei,
morei em tantas, que é difícil dizer...
a paisagem da janela de agora,
são os carros que passam na rodovia...
o caminho é sempre uma incerteza,
é certo apenas que vão...
sim, estou triste.
e isso não é novidade nenhuma pra mim...
não é nada que eu queira escrever.
tantas coisas são assim,
quietas e vazias de tudo...
e não é pecado algum estar triste.
não sei muito bem por onde anda minha cabeça em dias assim,
acordei imaginando que fosse sexta...
acordei imaginando que fosse outro lugar que não aqui,
outra vida que não esta, sem os carros e a rodovia.
que bobagem, os carros cortando a rodovia,
são as únicas coisas que ainda tolero por aqui...
sei que existe pra mim, em algum lugar,
uma casa com um jardim, um cachorro,
e um amor,
ainda mais sútil e bonito que isso...
mas é certo que sempre pensarei nos carros que cortam a rodovia.
não sei da vida, mais do que essa janela afinal...
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
caras como ele...
acontece que caras como ele,
correm
choram
e amam demasiadamente.
e nem sempre são amados de volta.
é uma questão a se pensar,
essa,
de todo homem ser uma ilha...
bobagem, questões a se pensar são outras,
essa, é só um aperto que teima no peito,
enquanto o tempo aposta uma corrida com a tua sanidade...
ah sim,
ele há de ganhar,
ele sempre há de ganhar.
ganhará de de mim e dele também...
ah dele...
caras como ele,
são sempre caras como ele...
há quem espero sentada no sofá,
com a minha xícara de café,
e o meu punhado de versos de amor, meio que decorados...
caras como ele...
não cara,
não há outro como você a quilômetros.
domingo, 10 de fevereiro de 2013
incomensurável
o tempo vai passando,
constante
e
tranquilo.
de que outro modo poderia ele passar?
tranquilo sim.
nós é que somos caóticos,
afobados mesmo,
e um tanto neuróticos...
de que outro modo poderíamos ser?
caóticos sim.
penso nas folhas do teu diário,
quantas ainda escreverá,
e em quantas delas eu poderia estar?
penso nas paginas do meu,
bobagem,
nunca tive um.
mas agora penso que deveria tê-lo tido.
guardo memorias,
vivas
e bem vivas,
dentro das musicas que ouço,
nos livros que se empoeiram na mesa,
nas fotografias,
e nas marcas do que já foram minhas espinhas...
fora isso, que tenho eu pra guardar?...
não sei do tempo que me passa ou passou,
não sei de relógios ou calendários...
sei que há tempo passando em mim,
mais que isso não sei dele ou de mim.
três anos, ele disse...
é tempo, de certo que é tempo,
é mensurável afinal...
mas nós não somos mensuráveis.
amor, não é uma grandeza que se possa medir.
somos infinitos nele,
em cada detalhe e instante.
infinitos sim,
infinitos...
até que nos devore o tempo.
constante
e
tranquilo.
de que outro modo poderia ele passar?
tranquilo sim.
nós é que somos caóticos,
afobados mesmo,
e um tanto neuróticos...
de que outro modo poderíamos ser?
caóticos sim.
penso nas folhas do teu diário,
quantas ainda escreverá,
e em quantas delas eu poderia estar?
penso nas paginas do meu,
bobagem,
nunca tive um.
mas agora penso que deveria tê-lo tido.
guardo memorias,
vivas
e bem vivas,
dentro das musicas que ouço,
nos livros que se empoeiram na mesa,
nas fotografias,
e nas marcas do que já foram minhas espinhas...
fora isso, que tenho eu pra guardar?...
não sei do tempo que me passa ou passou,
não sei de relógios ou calendários...
sei que há tempo passando em mim,
mais que isso não sei dele ou de mim.
três anos, ele disse...
é tempo, de certo que é tempo,
é mensurável afinal...
mas nós não somos mensuráveis.
amor, não é uma grandeza que se possa medir.
somos infinitos nele,
em cada detalhe e instante.
infinitos sim,
infinitos...
até que nos devore o tempo.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
...
poderia ser melhor que esses versos,
sim poderia.
escrever não é tão difícil quanto parece,
qualquer idiota é capaz de juntar letras e formar frases...
mas isso não importa,
isso nunca importa,
principalmente
quando é você o idiota a juntar palavras.
poderia ser melhor do que sou?
dentre tantas possibilidades do que eu poderia ser,
sou esta,
e nenhuma outra, apenas esta.
com todos os pequenos medos,
incoerências
e ladainhas,
tão tipicas de mim.
de mim...
não fosse esse meu narcisismo poético,
falaria de coisas além disso.
não fosse esse narcisismo poético,
falaria pra quê?...
ao meu ver, não existe um pra quê além disso... simplesmente não existe.
a meu ver...
grande porcaria o que eu vejo também...
poderia, eu,
idiota
remediada
e
confessa,
ser o quê além desses versos?!
poderia ser o quê?...
poderia,
poderia ser...
não; já o sou.
sim poderia.
escrever não é tão difícil quanto parece,
qualquer idiota é capaz de juntar letras e formar frases...
mas isso não importa,
isso nunca importa,
principalmente
quando é você o idiota a juntar palavras.
poderia ser melhor do que sou?
dentre tantas possibilidades do que eu poderia ser,
sou esta,
e nenhuma outra, apenas esta.
com todos os pequenos medos,
incoerências
e ladainhas,
tão tipicas de mim.
de mim...
não fosse esse meu narcisismo poético,
falaria de coisas além disso.
não fosse esse narcisismo poético,
falaria pra quê?...
ao meu ver, não existe um pra quê além disso... simplesmente não existe.
a meu ver...
grande porcaria o que eu vejo também...
poderia, eu,
idiota
remediada
e
confessa,
ser o quê além desses versos?!
poderia ser o quê?...
poderia,
poderia ser...
não; já o sou.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
tudo o que eu sei, se dissipa por entre meus dedos...
percorro as teclas,
uma a uma,
sou intima dessa sensação de vazio e calmaria.
e isso nem chega a ser importante...
é só a mesma angustia de sempre,
a conversar com os meus botões,
que de tão meus, já me costuram a pele e o tédio.
sou intima e estranha de mim mesma.
meus botões...
só queria algo que me fizesse perder meus botões.
percorro as teclas,
uma a uma,
sou intima dessa sensação de vazio e calmaria.
e isso nem chega a ser importante...
é só a mesma angustia de sempre,
a conversar com os meus botões,
que de tão meus, já me costuram a pele e o tédio.
sou intima e estranha de mim mesma.
meus botões...
só queria algo que me fizesse perder meus botões.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
sobre nada
tenho me perguntando sobre todas essas coisas,
eu tenho escrito e vivido mal pra caramba,
escrito muito mais, do que vivido qualquer coisa na verdade,
e bem sei que isso é um erro bem pior que a minha ortografia ruim...
e como resposta,
tenho apenas recebido um punhado ou dois de outras perguntas...
a incerteza não me é nada estranha, ao contrário,
ela já se fez grande amiga das minhas inquietações, janta e dorme todas as noites comigo.
mas me sobe um medo enorme pela garganta,
algo como uma ânsia antecipada,
por uma comida estragada que nem jantei ainda, ou qualquer coisa assim...
metáforas não tem sido o meu forte ultimamente.
não deveria ter do que me queixar,
não, eu não devia me queixar.
vinte e dois anos e um bom e estável emprego.
o problema todo está nessa tal estabilidade...
eu tenho escrito e vivido mal pra caramba,
escrito muito mais, do que vivido qualquer coisa na verdade,
e bem sei que isso é um erro bem pior que a minha ortografia ruim...
e há sim, eu sei,
problemas maiores mundo a fora,
há sim pessoas mais fodidas, mas muito mais fodidas, do que eu.
e eu certamente as enxergaria se colocasse o meu pezinho pra fora dessa casa...
o pezinho pra fora dessa casa...
no fundo eu sei que bastaria apenas isso,
e talvez um pouco menos, do velho mi mi mi de sempre.
um pezinho e depois o outro,
é assim, né?
o pezinho pra fora dessa casa...
no fundo eu sei que bastaria apenas isso,
e talvez um pouco menos, do velho mi mi mi de sempre.
um pezinho e depois o outro,
é assim, né?
sábado, 26 de janeiro de 2013
navegante
eu continuo aqui, a deriva de mim.
o barco do que sou navega
pelo mar de mim,
e só de mim.
todos os outro já deixaram o porto,
todos os outros já naufragaram mar a fundo,
todos os outros já navegaram
e afogaram mar e vida.
todos os outros...
eu não.
permaneço aqui a deriva de mim,
e só de mim.
o barco do que fui
me navega,
e afoga.
todos os outros já se foram...
todos os outros já navegaram tempestade,
todos os outros foram navios piratas, cruzando oceanos.
todos os outro já deixaram o porto,
todos os outros já naufragaram.
todos os outros já se foram...
todos os outros, não sou eu.
o barco do que sou
me navega
e apenas navega.
o barco do que sou ...
também já se vai.
o barco do que sou navega
pelo mar de mim,
e só de mim.
todos os outro já deixaram o porto,
todos os outros já naufragaram mar a fundo,
todos os outros já navegaram
e afogaram mar e vida.
todos os outros...
eu não.
permaneço aqui a deriva de mim,
e só de mim.
o barco do que fui
me navega,
e afoga.
todos os outros já se foram...
todos os outros já navegaram tempestade,
todos os outros foram navios piratas, cruzando oceanos.
todos os outro já deixaram o porto,
todos os outros já naufragaram.
todos os outros já se foram...
todos os outros, não sou eu.
o barco do que sou
me navega
e apenas navega.
o barco do que sou ...
também já se vai.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
das páginas rasuradas
#4
tenho as paredes da casa,
o teto
e o chão.
tenho as paredes do peito,
o teto
e chão.
e, é só.
sem móveis ou visitas, ou até mesmo baratas...
o vazio, é mesmo, uma das sensações mais ardentes e patéticas.
tenho me confessado aos meus botões... e até mesmo eles já estão de saco cheio disso.
talvez eu pegue a mochila e dê o fora daqui e de mim.
mas dar o fora não é nada pratico,
e eu tenho me amarrado a uma vidinha muito prática,
sem duvida, que tenho...
e não é uma questão de baixa autoestima, ou algo do tipo,
mas tenho me sentindo muito mais burra do que o de costume,
e eu sempre fui arrogante demais,
pra não saber que eu sou inteligente pra caramba.
(não me crucifiquem pela falta, de falsa modéstia).
mas todo mundo que eu conheço é inteligente
e bem resolvido pra caramba,
numa boa, acho isso um saco...
e tomara que eu morra mal resolvida...
meus botões terão que aguentar.
firmes
na camisa!
ah...
e como terão que aguentar.
o teto, o peito
e o chão,
sem móveis ou visitas, mas talvez uma ou duas baratas...
tenho as paredes da casa,
o teto
e o chão.
tenho as paredes do peito,
o teto
e chão.
e, é só.
sem móveis ou visitas, ou até mesmo baratas...
o vazio, é mesmo, uma das sensações mais ardentes e patéticas.
tenho me confessado aos meus botões... e até mesmo eles já estão de saco cheio disso.
talvez eu pegue a mochila e dê o fora daqui e de mim.
mas dar o fora não é nada pratico,
e eu tenho me amarrado a uma vidinha muito prática,
sem duvida, que tenho...
e não é uma questão de baixa autoestima, ou algo do tipo,
mas tenho me sentindo muito mais burra do que o de costume,
e eu sempre fui arrogante demais,
pra não saber que eu sou inteligente pra caramba.
(não me crucifiquem pela falta, de falsa modéstia).
mas todo mundo que eu conheço é inteligente
e bem resolvido pra caramba,
numa boa, acho isso um saco...
e tomara que eu morra mal resolvida...
meus botões terão que aguentar.
firmes
na camisa!
ah...
e como terão que aguentar.
o teto, o peito
e o chão,
sem móveis ou visitas, mas talvez uma ou duas baratas...
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
e arrebente...
é certo e de tão certo,
que eu sei que vou me envelhecer,
quietinha no meu canto.
a canção que toca,
é um silencio grande,
e de tão grande,
pequena eu fico a escutar.
vazia estou
aqui
e dentro de mim,
mas não há de entristecer,
e tecer-me assim o verso,
vou não,
de tristeza em tristeza, já aborreci.
palavra por palavra,
e lá se vai boa parte do meu peito...
e o tempo...
tanto e tanto tempo...
todo o tempo,
que cabe,
me escorrendo pelo dedo,
e o medo que sobe...
faz de mim,
pouco
ou muito menos.
sei de mim...
pouco ou muito menos...
é certo e de tão certo,
que vou me envelhecendo,
até que o peito me arrebente.
que eu sei que vou me envelhecer,
quietinha no meu canto.
a canção que toca,
é um silencio grande,
e de tão grande,
pequena eu fico a escutar.
vazia estou
aqui
e dentro de mim,
mas não há de entristecer,
e tecer-me assim o verso,
vou não,
de tristeza em tristeza, já aborreci.
palavra por palavra,
e lá se vai boa parte do meu peito...
e o tempo...
tanto e tanto tempo...
todo o tempo,
que cabe,
me escorrendo pelo dedo,
e o medo que sobe...
faz de mim,
pouco
ou muito menos.
sei de mim...
pouco ou muito menos...
é certo e de tão certo,
que vou me envelhecendo,
até que o peito me arrebente.
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